Posted on Ago 26, 2022 by admin
Serão quinze as mulheres que darão voz e corpo à edição este ano do ‘Madeira 7 Talks’. Com o irreverente tema ‘Mulheres por Cima!’, a organização das conversas improváveis acaba de anunciar as últimas três confirmações, nomeadamente a autora Daniela Ricardo, a consultora Marta Henriques Pereira e a estilista Fátima Lopes.
Daniela Ricardo é o protótipo do que a organização pretende para a quinta edição do ‘Madeira 7 Talks’: mulher ‘por cima’, em termos de carreira profissional e percurso pessoal. Enfermeira durante duas décadas no Instituto Português de Oncologia, com ligações à realidade dos transplantes de medula, abandonou essa actividade para se dedicar à saúde e não tanto ao controle de danos.
Nessa altura, Daniela Ricardo envereda por um trajecto em que a alimentação saudável passa a ser o seu foco, assim como o interesse dos seus estudos, da sua investigação e o seu modo de vida. Em resumo, a sua paixão! Associada a esta realidade, colam-se-lhe outras, como a de envergar as vestes de viajante no encalço de destinos carismáticos e algo fora da caixa, nos quais procura, acima de tudo, a cumplicidade com ‘chefs’ locais, sejam eles na mais básica das cozinhas rurais, sejam eles os mais conceituados dos restaurantes de topo, mas sempre assente em dois princípios: produtos biológicos locais e produtos da estação.
A juntar a tudo isto, Daniela Ricardo é também consultora para uma forma saudável de viver através da alimentação, e autora de quatro livros de comida saudável, tendo dois deles sido galardoados com o ‘Gourmand Cookbook Award’. Com o objectivo de partilhar a magia da vida e viver em harmonia com o meio que nos envolve, organiza ‘workshops’, aulas de gastronomia saudável, retiros e viagens com alma. Sem dúvida, um testemunho que irá enriquecer mais uma edição do ‘Madeira 7 Talks’.
Já Marta Henriques Pereira Marta Henriques Pereira tem feito um percurso profissional atípico e fora do convencional. Durante o curso de Direito da Universidade Católica, fez Erasmus em Itália (1997) e aí nasceu o “bichinho” de uma vida internacional.
A carreira começou em 1998 em Bruxelas, nas Instituições da União Europeia, mas a vontade de conhecer o mundo venceu e ingressou para a Organização das Nações Unidas em 2004. Trabalhou em cinco missões de manutenção da paz com o Secretariado da ONU, nomeadamente no Kosovo, Haiti, Timor-Leste, Sul do Sudão e na República Democrática do Congo.
Em 2019, os ambientes de conflito e pós-conflito tornaram-se difíceis para conciliar a vida familiar com a vida profissional, e assim, nesse mesmo ano, decidiu deixar a ONU para se tornar consultora internacional em assuntos de Boa Governação e Estado de Direito. No âmbito da União Europeia colaborou em nove missões (México, Equador, El Salvador, Bolívia, Moçambique, Burundi, Iraque, Somália e Myanmar) e com a ONU na Jordânia, Timor-Leste e Quénia.
Nunca esquecendo as suas raízes na Madeira, criou e tem administrado uma empresa de investimentos e gestão de propriedades e, como uma verdadeira emigrante, sonha com o dia em que vai regressar à “sua” ilha. Estando casada com um diplomata Australiano para quem fazer mil quilómetros de carro para ir jantar fora “it is not a big deal”, e tendo trabalhado em mais de quinze países nos últimos vinte anos, afirma com um largo sorriso na cara: “a vida poderia ter sido mais calma e mais fácil, mas de certeza que não teria sido tão divertida”. E acrescenta: “sem dúvida que se aprende a olhar para o que é essencial na vida, a relativizar distâncias e problemas …e se não cabe na mala de vinte e três quilos, fica para trás”.
Doutoranda, pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, no Departamento de Ciências Políticas e Estudos Internacionais, fez o mestrado em Direito Público Internacional na Universidade de Leiden, nos Países Baixos. Tem quatro filhos.
Por fim, Fátima Lopes cresceu na cidade do Funchal, e, desde criança revelou um interesse pelo mundo da moda. Já durante a sua adolescência, insatisfeita com a roupa que era vendida no Funchal, começou a criar roupas para si própria.
Em 1990, mudou-se para Lisboa com o objetivo de iniciar uma carreira no mundo da moda. Nesta cidade, abriu com uma amiga uma loja chamada ‘Versus’, onde vendia essencialmente roupa de criadores internacionais. Em 1992, lança a marca Fátima Lopes, abre a primeira loja com o seu nome e apresenta a primeira coleção em desfile de moda num convento em Lisboa. As suas propostas foram bem acolhidas.
Em 1994, começa a apresentar as suas coleções em feiras de moda comerciais em Paris e no ano passa a integrar o evento nacional de moda ‘Portugal Fashion’. Em 1996, abre a sua primeira loja internacional, situada na cidade de Paris. Em Março de 1999, apresenta o primeiro desfile de moda em Paris e torna-se o primeiro criador de moda português a fazer parte da ‘Paris Fashion Week’. A partir daí, a sua presença é habitual no certame duas vezes por ano. Em 2000, causa grande atenção mediática e recorde do ‘guinness’ por desfilar na capital francesa o mais caro biquini em ouro e diamantes, avaliado em um milhão de dólares.
A 30 de Janeiro de 2006, foi agraciada pelo presidente Jorge Sampaio com o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique, por serviços prestados na divulgação da cultura nacional além-fronteiras. Em 2011, é convidada pela ‘Fédération Française de la Couture’ para abrir oficialmente a ‘Paris Fashion Week’, mais uma vez surpreendendo o mundo com o primeiro desfile na história do mais emblemático monumento francês, a Torre Eiffel. Em março de 2013, lança, em Paris, o seu primeiro perfume, ‘Be Mine’, criado pelo conceituado Aurélien Guichard da Givaudan. Em 2015, inicia a primeira coleção comercial de sapatos e, a partir de setembro de 2016, as coleções de calçado passam a ser apresentadas ao mundo na MICAM, em Milão.
O ‘Madeira 7 Talks’ tem lugar no dia 5 de Novembro, a partir das 14h00, no Nini Design Centre. O evento está reservado a cem pessoas, o que acentua o carácter intimista de uma iniciativa que, há cinco anos, procura trazer irreverência e originalidade ao panorama cultural da Região.